Policiais condenados por estupro na Bahia gravaram crime contra mulher e depois apagaram arquivos
Os policiais militares condenados por estupro e extorsão mediante sequestro por um crime cometido em 2015, em Salvador, chegaram a gravar o momento que cometer...
Os policiais militares condenados por estupro e extorsão mediante sequestro por um crime cometido em 2015, em Salvador, chegaram a gravar o momento que cometeram o crime contra uma mulher e depois apagaram. Eles também se recusaram a fazerem o exame de coleta de material genético. Segundo informações de um processo que o g1 e a TV Bahia tiveram acesso com exclusividade, os condenados são os policiais Sergio Luiz Batista Sant’anna, Valter dos Santos Filho, Josival Ribeiro Ferreira e Pablo Vinicius Santos de Cerqueira, que faziam parte da 49ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/São Cristóvão). O crime aconteceu em novembro de 2015, no bairro de Mussurunga II. O processo durou 10 anos e ainda cabe recurso. Os policiais ainda não estão presos. Os policiais foram ao local para exigir uma quantia de R$ 5 mil ao morador, alegando que sabiam do envolvimento dele com o tráfico de drogas e que iriam conduzi-lo à delegacia caso não pagasse. Quando chegaram no imóvel, os policiais encontraram o homem e a esposa deles dormindo. As vítimas contaram que o morador foi levado para uma viatura, onde foi extorquido. Já a mulher, que estava nua, foi levada para uma casa vizinha, enrolada em um lençol, onde foi abusada sexualmente. Como aconteceram os crimes? Extorsão mediante sequestro De acordo com a denúncia do MP-BA, os policiais passaram a negociar o pagamento do dinheiro com o pai do alvo dos policiais. Eles acertaram a entrega R$ 1.500, que deveria ser feita até 17h do dia do crime. Contudo, a quantia acertada não foi entregue porque o pai do homem foi imediatamente à Corregedoria Geral da Polícia Militar e fez uma denúncia. Com isso, o morador foi apresentado pelos policiais na delegacia de Itapuã, com drogas e uma balança. Estupro contra a esposa do homem O casal denunciou que o sargento Sergio Luiz Batista Sant’anna e o cabo Josival Ribeiro Ferreira, aproveitaram o intervalo em que o homem foi conduzido para a viatura, e levaram a companheira dele para a casa ao lado do imóvel, em construção e, obrigaram-lhe, simultaneamente e em revezamento, a praticar sexo oral, conjunção carnal e penetração anal. Na denúncia, o Ministério Público ressaltou que os condenados não usaram preservativos, tendo ejaculado pelos cômodos da casa, e só pararam de cometer o crime quando foram chamados por outro militar que estava fora da casa. Ao serem conduzidos ao Instituto Médico Legal (IML), os dois policiais se recusaram a fazer o exame de coleta de material genético. Elementos probatórios O inquérito da Polícia Militar reuniu elementos como escalas de serviço, laudos periciais, relatório de deslocamento da viatura, depoimentos de testemunhas e da vítima, reconhecimento fotográfico, entre outros. Na casa em que o estupro aconteceu, foram encontrados vestígio de sêmen na parede do quarto, vômito apontado pela vítima, e uma vassoura que quase foi usada durante o crime. A mulher passou ainda por exames de corpo de delito, que apontou a existência de escoriações no cotovelo direito e tornozelo direito. Os celulares de Sergio Luiz e Josival Ribeiro foram periciados. Neles, foram encontrados seis fotos da mulher nua e um vídeo do momento em que ela fazia sexo oral em um deles. Os arquivos estavam deletados e foram criados no dia do crime, nos horários apontados pela vítima como os de quando aconteceu o crime. Reportagem em atualização